As etnias no Brasil
Diferentes composições étnicas no Brasil.
Dificilmente existe uma
nação com tão complexa e variada composição étnica de sua população. No caso do
Brasil, a formação populacional advém de basicamente cinco distintas fontes
migratórias, são elas:
- os nativos, que se encontravam no território antes da chegada dos portugueses. Esses povos eram descendentes de homens que chegaram às Américas através do Estreito de Bering;
- os portugueses, que vieram para o Brasil a fim de explorar as riquezas da colônia;
- os negros africanos, que foram trazidos pelos europeus para trabalhar nos engenhos na produção do açúcar a partir do século XVI;
- a intensa imigração europeia no Brasil, sobretudo no sul do país;
- a entrada de imigrantes oriundos de várias origens, especialmente vindos da Ásia e Oriente Médio.
Com base nessas considerações, a população brasileira ficou com a seguinte composição étnica:
Brancos: a
grande maioria da população branca tem origem europeia (ou são descendentes
desses). No período colonial vieram para o Brasil: espanhóis, holandeses,
franceses, além de italianos e eslavos. A região sul abriga grande parte dos
brancos da população brasileira, pois esses imigrantes ocuparam tal área.
Negros:
essa etnia foi forçada a migrar para o Brasil, uma vez que vieram como escravos
para atuar primeiramente na produção do açúcar e mais tarde na cultura do café.
O Brasil é um dos países que mais utilizou a mão de obra escrava no mundo. Hoje,
os negros se concentram principalmente em áreas nas quais a exploração foi mais
intensa, como é o caso das regiões nordeste e sudeste.
Indígenas: grupo étnico que
habitava o território brasileiro antes da chegada dos portugueses. Nesse
período, os índios somavam cinco milhões de pessoas. Os índios foram quase
disseminados, restaram somente 350 mil índios, atualmente existem 170 mil na
região Norte e no Centro-Oeste 100 mil.
Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens: brancos, negros e indígenas, formando três grupos de miscigenação.
Mulatos: correspondem à união entre brancos e negros, esse grupo representa 24% da população e ocorre com maior predominância no Nordeste e Sudeste.
Caboclos: representa a descendência entre brancos e indígenas. No país respondem por 16% da população nacional. Esse grupo se encontra nas áreas mais longínquas do país.
Cafuzos: esse grupo é oriundo da união entre negros e índios, essa etnia é restrita e corresponde a 3% da população. É encontrado com maior frequência na Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste.
Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens: brancos, negros e indígenas, formando três grupos de miscigenação.
Mulatos: correspondem à união entre brancos e negros, esse grupo representa 24% da população e ocorre com maior predominância no Nordeste e Sudeste.
Caboclos: representa a descendência entre brancos e indígenas. No país respondem por 16% da população nacional. Esse grupo se encontra nas áreas mais longínquas do país.
Cafuzos: esse grupo é oriundo da união entre negros e índios, essa etnia é restrita e corresponde a 3% da população. É encontrado com maior frequência na Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste.
Embora seja dito muitas
vezes como sinônimos, existem certas diferenças entre raça e etnia. Raça se
expressa nas características visíveis da pessoa, ela engloba as características
físicas, tais como tonalidade de pele, formação do crânio, rosto e tipo de
cabelo.
A etnia também refere-se a
isso, mas ela vai além das características físicas da pessoa, ela inclui a
cultura, nacionalidade, afiliação tribal, religião, língua e tradições.
Dentre as várias raças
humanas, as quatro principais são:
Caucasianos: De
origem europeia, norte-americana, árabes e até indiana. Com exceção dos
mediterrânicos, tem nariz estrito, lábios delgados e cabelos
ondulados ou lisos. Tem como principais características pele e olhos
claros.
Mongoloides: De origem asiática, apresentam a tonalidade de pele
amarelada, cabelos lisos, rosto achatado ou largo e nariz de forma variada.
Variaram dessa raça os esquimós e índios americanos.
Australóides: Tem como características os olhos escuros, cabelo
encaracolado e nariz largo. A tonalidade da pele é escura, quase negra.
Negros: De origem africana, apresentam as características
de pele escura, olhos escuros, lábios grossos, nariz achatado e cabelos
crespos.
Como
no Brasil há uma mistura de raças muito forte, algumas se tornaram principais
no país, além das quatro citadas acima. São elas:
Mestiços: Mistura de duas ou mais raças.
Mulato: Descendente de branco com negro.
Caboclo: Descendente de branco com índio.
Cafuzo: Descendente de negros com indios
Preconceito Racial – O que é isso?
O preconceito racial é uma doença insidiosa moral e social que afeta os povos e as populações de todo o mundo. É diagnosticada pela catalogação dos seus vários sintomas e manifestações que incluem o medo, a intolerância, a separação, a segregação, a discriminação e o ódio. Apesar de todos estes sintomas de preconceito racial serem manifestados, a única causa subjacente do preconceito racial é a ignorância. Historicamente, uma raça de pessoas é definida como uma população com características biológicas distintas.
Enquanto todos os seres humanos pertencem à mesma espécie, Homo sapiens, as raças se distinguem umas das outras por características como cor e textura do cabelo, cor da pele, cor e formato dos olhos, o tamanho de partes/membros do corpo e os órgãos faciais. Embora os cientistas tenham chegado à conclusão de que essas diferenças entre os povos são superficiais e que a humanidade tem mais características em comum do que diferentes, a própria humanidade continua a ver os outros de acordo com características que são percebidas externamente.
De fato, os seres humanos são aparentemente diferentes; o problema surge quando os sintomas da doença tornam-se evidentes: a intolerância, a separação e o ódio. De uma forma positiva, alguém pode aceitar as diferenças dos povos em toda a face da terra e maravilhar-se com a singularidade dos indivíduos que vivem em uma parte diferente do mundo ou na sua vizinhança. O preconceito racial perverte essa singularidade das raças e enxerga essas diferenças como algo que separa os indivíduos uns dos outros, com um grupo sendo inferior ao outro.
Preconceito Racial
– Todos sofremos desse problema?
O preconceito racial afeta a todos. Na medida em que o preconceito racial se manifesta em que as pessoas são "pré-julgadas" com base nas características superficiais, devemos honestamente concluir que todas as pessoas "sofrem" deste mal em vários níveis. Quando não conhecemos um indivíduo bem, começamos a caracterizá-lo, consciente ou inconscientemente, com base no que vemos. Novamente, isso é devido à nossa ignorância do verdadeiro caráter da pessoa e personalidade. Formamos opiniões muitas vezes baseadas em generalizações: "todas as pessoas de tal ou tal raça são. . ." Podemos preencher as lacunas com as expectativas de que certas raças são intelectualmente superiores, cheias de avareza, mais inclinadas artisticamente ou atleticamente ou possuidoras de membros que supostamente são mais prováveis de serem desonestos, etc, etc. . Essas ideias foram formadas pela sociedade, mídia e por como fomos criados.
Talvez essas ideias tenham sido ensinadas direta ou indiretamente pelos nossos próprios pais. Qualquer que seja a fonte, mesmo o membro mais esclarecido de uma sociedade vai perceber que, em certa medida, ele ou ela está julgando uma outra pessoa com base em aspectos superficiais de raça.
Preconceito Racial – Quais são as suas
implicações para a sociedade?
O preconceito racial tem moldado as sociedades contemporâneas; na verdade, o preconceito tem moldado as sociedades desde o início dos tempos. Quando estudamos os filhos de Abraão, Isaque e Jacó vivendo na terra de Gósen, vemos que certos povos tinham sido dominados devido às suas diferenças. Além de todas as implicações espirituais da nação de Israel viver no Egito, é evidente que os egípcios temiam os israelitas. Sempre que há diferenças, há o medo, a intolerância e a injustiça.
De Hitler e nazistas aos proprietários de escravos, o preconceito de uma raça contra outra tem resultado em atrocidades. Para combater a doença do preconceito racial, sociedades modernas elaboraram e aprovaram legislações para garantir que as pessoas se "tratariam" com respeito e dignidade, permitindo a todos o direito inalienável da vida e liberdade. Embora a ação do homem possa ser legislada, os seus corações e temores não podem. Assim, a sociedade continua a sofrer da doença. Fóruns, coligações e outras iniciativas continuam a ser formadas para promover a união, compreensão e tolerância.
A melhor resposta pode ser encontrada na Bíblia: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas" (Mateus 22:37-40).
Atos 17:26 diz: "E de um só sangue fez toda a geração dos homens..."
Reportagens:
“O Brasil é um país estruturalmente
racista”
Douglas
Belchior, expoente do movimento negro brasileiro, é o novo blogueiro de
CartaCapital. “Todo ano morrem 600 pessoas assassinadas pela polícia, a maioria
negros", dispara.
Douglas
em manifestação. Ao fundo, bandeira da UneAfro, entidade da qual faz parte
“Você
não pode enfiar uma faca de nove polegadas nas costas de uma pessoa, puxar
seis polegadas para fora, e chamar isso de progresso!”. A frase de
Malcolm X, que foi um dos grandes defensores dos direitos dos negros nos
Estados Unidos, é repetida por Douglas Belchior, 34, expoente do movimento
negro paulistano e novo blogueiro da CartaCapital, para ilustrar a
situação racial no Brasil. “Menos de ¼ da história do Brasil aconteceu livre da
escravidão. Até agora nós tivemos avanços pontuais, mas nenhuma grande mudança,
especialmente de mentalidade.”
A
primeira mudança de mentalidade que Belchior tenta promover é o combate à ideia
de que não existe racismo no Brasil. “O Brasil é um país cultural e
estruturalmente racista, construído sobre a escravidão e que nos anos 30
desenvolveu um discurso sui generis para substituir o discurso da
supremacia racial, a grande criação política e ideológica de Gilberto Freyre (Casa-Grande
& Senzala), a ideia da democracia racial. Esse pensamento, que
sugere a miscigenação tranquila e fraterna entre brancos, negros e índios, na
verdade serve até hoje para cimentar a opressão racial, uma das bases
fundamentais para a manutenção das desigualdades sociais no Brasil” diz ele,
professor de história formado pela PUC e membro do conselho da UNEafro Brasil.
No
Brasil não aconteceu a segregação racial violenta que tomou conta dos Estados Unidos
especialmente nos anos 60 do século XX, mas isso não significa que a vida dos
negros tenha se desenvolvido de maneira muito melhor. “Nos EUA o conflito
racial apareceu mais marcado, explícito, diferente do Brasil onde sua presença
é negada, velada e maquiada apesar de socialmente presente e permanente em
nossas vidas”, diz.
Por
aqui, ele ressalta, o racismo está inserido no modo geral de ver o mundo e em
todos os espaços sociais, inclusive em programas de televisão que aparentemente
parecem grandes progressos como o Esquenta! de Regina Casé, na Globo.
“Apesar do esforço de Casé e de sua luta em defesa da dignidade do povo preto e
pobre, o programa reproduz o ideal de miscigenação alienante, como já
disse o ativista negro Izaqueu Alves, do MidiaPreta-RJ. Você vê e pensa que ele
é ótimo, não é? Pensa que é um avanço, cheio de pretos dando entrevista”, diz.
“Mas depois você vê que é o mesmo estereótipo de sempre, a mesma representação
do negro, do lugar social do negro. É a democracia racial ao vivo, a cores
e com discurso e estética super-renovada. É a propaganda da conciliação de
classes explícita onde o Olodum e o Afrorregae aparecem como amigos da Fiesp ou
do Agronegócio. Pretos sorridentes e felizes interagindo com artistas brancos
igualmente sorridentes com seu status quo bem resolvido, juntos e misturados,
como se isso se repetisse no cotidiano da vida. Mas sabemos que não é assim.”
O
racismo está presente na atuação das forças de repressão do estado, quando
classificam “todo preto como suspeito, como aconteceu em Campinas, através de
uma ordem oficial do comando da PM”, está estampado no número de mortes de
negros anualmente. “É extremamente importante que a Comissão da Verdade e o
movimento pelos direitos humanos no Brasil passem a limpo a história da
ditadura militar. Temos que fazer o mesmo com a História da escravidão e com o
conflito racial e o genocídio que é promovido hoje contra jovens negros. Quem
chora nossos mortos? Porque a morte negra não comove?”
O caminho da educação
“Talvez se o policial que
hoje tem 22 anos tivesse tido uma educação melhor, se tivesse aprendido mais
sobre a história da cultura afro-brasileira, como determina a lei 10639 de 2003, talvez ele não olhasse para os negros
sempre como suspeitos”, diz Belchior, chegando ao ponto alto do que ele crê que
é necessário para essa mudança de mentalidades: a educação.
Belchior é defensor da política
racial de cotas em universidades e atuante na UNEafro-Brasil, uma das
redes de cursinhos comunitários que dá chance aos estudantes de baixa renda se
prepararem para o vestibular. Ele mesmo só conseguiu entrar na PUC, depois de
passagens frustradas por duas faculdades, por causa de um desses cursinhos, e
pôde se manter lá até se formar por causa de uma bolsa oferecida pela
faculdade.
Nos cursinhos, os alunos se
preparam para render mais nas provas, mas também são convidados a se engajar politicamente
no movimento e a “combater a descrença, a despolitização e o uso da política em
benefício próprio”. “Apesar das manifestações de Junho e da retomada da
preocupação coletiva com os problemas sociais, a população de maneira geral
ainda está hegemonizada por valores e posicionamentos conservadores que só
servem às elites brasileiras”, diz. “Negros são influenciados por uma educação
racista, assim como as mulheres o são por uma educação machista. Sou pai e
sinto que a se não disputar cada palmo da educação deles, serão educados pelos
grandes meios de comunicação, pelas novelas e pelo facebook.”
Belchior mantém um blog,
o Negro Belchior, desde 2009 --e que nesta sexta-feira migrou para Carta Capital.
Nele, discute temas do cotidiano, analisa coberturas da imprensa sobre questões
raciais, divulga eventos e incita discussões. “O movimento negro tem um olhar
sobre o mundo, uma maneira de interpretar a realidade, é sobre isso que eu
escrevo”, diz. O blog tem seus seguidores, mais seu alcance, até hoje, é local.
“Agora, na Carta Capital, imagino atingir um novo público e já estou até
preparado para apanhar mais, já que o que eu escrevo, muitas vezes não agrada”.
Polícia Civil vai ouvir Taís Araújo sobre caso de racismo
A
Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, informou hoje (2),
que o diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), Ronaldo
Oliveira, após tomar conhecimento dos comentários sobre racismo que envolveu a
atriz Taís Araújo, determinou à Delegacia de Repressão aos Crimes de
Informática (DRCI) a instauração de um inquérito para apurar o crime de
racismo. A atriz será ouvida e os autores identificados serão intimados para
depor.
Na
tarde de ontem (1º) comentários em apoio à atriz Taís Araújo, vítima de racismo
no Facebook, ganharam destaque nas redes sociais.
A hashtag #somosTodosTaisAraujo ficou entre os trend topics,
assuntos mais tuitados em um determinado momento, no Brasil. A atriz agradeceu
os internautas em seu perfil no Facebook.
Os
ataques racistas aconteceram na noite de sábado. Ontem a atriz divulgou um
texto no qual diz que não irá apagar os comentários, tudo será registrado e
enviado à polícia. No Facebook, diz que denunciou, junto com outros usuários da
rede, os perfis dos agressores.
“Faço
questão que todos sintam o mesmo que senti: a vergonha de ainda ter gente
covarde e pequena nesse país, além do sentimento de pena dessa gente tão pobre
de espírito. Não vou me intimidar, tampouco abaixar a cabeça. Sigo o que sei
fazer de melhor: trabalhar. Se a minha imagem ou a imagem da minha família te
incomoda, o problema é exclusivamente seu!”, escreveu a atriz no texto,
dirigindo-se aos autores das postagens racistas.
Taís
Araújo acrescentou que, por coincidência, no momento das postagens racistas
foram feitas, ela estava encenando “O Topo da Montanha”, um texto sobre Martin
Luther King que trata de afeto, tolerância e igualdade. “Quero que esse
episódio sirva de exemplo: sempre que você encontrar qualquer forma de
discriminação, denuncie. Não se cale, mostre que você não tem vergonha de ser o
que é e continue incomodando os covardes. Só assim vamos construir um Brasil
mais civilizado”.
Ao
longo do dia, Taís Araújo recebeu mais de 40 mil comentários de apoio. Muitos
internautas trocaram as fotos do perfil por fotos da atriz.
O
racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a
discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e além de pagar multa.
Denúncias
de racismo podem ser feitas pelo 156, opção 7, ou em telefones específicos
definidos em cada localidade. No Rio de Janeiro, a delegacia responsável é a
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.
Charges:
Nomes: Carla, Karen, Késsia, Kívia, Luana, Thamiris, Thayane, Vanessa.
Turma: 203
Nenhum comentário:
Postar um comentário